quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Baseado em fatos imaginários...

Eu morri. Na verdade, eu me matei. A idéia da morte sempre passou pela minha cabeça, mas nunca achei que teria coragem suficiente para fazer isso, entretanto, morri. Não foi tão ruim apesar do meu sentimentalismo idiota estar completamente preocupado com as pessoas que vão sofrer por mim. A dor da morte chega prazerosa em comparação à dor que vivi.

Era um dia como outro qualquer. Tudo estava igual, principalmente eu. Sai para andar, assim como sempre fazia quando não estava bem, assim como não tinha motivo nenhum para estar mal. Estava mais frio que nos outros dias. Mas escuro que as outras noites. Então, decidi. É hora de partir. Sempre pensei que cortaria os pulsos, mas imaginei a bagunça que seria sangue por todo lado. Então pensei que seria mais clássico, morrer sem estar acordado. Parei na farmácia. Comprei remédio pra dormir. Seria o suficiente? Trouxe cinco caixas pra garantir. Criei coragem e percebi que não podia ir assim. Tinha que dizer a alguém os motivos pra partir. Fui ao parente mais próximo e agi como sempre fiz. Assim como sempre foi, eu calei e fiquei a ouvir. Deveria ter raiva, pois agora eu precisava falar, mas tudo iria acabar mesmo, resolvi não me importar. Ao sair um abraço apertado, um eu te amo meu calado e um adeus. Ah Deus, por que eu queria fazer isso? Porque não me destes um amor? Eu tinha a resposta. Me sentia honrada pelo poder que me foi dado, mas me achava incapaz de conseguir. Era necessário um fim, pro novo começo existir. Cheguei. Estava na hora. Tomei um banho e vesti a roupa que mais gostava. Calmamente tomei todos os comprimidos. Eles tinham um gosto bom. Deitei. Quanto tempo demoraria pra fazer efeito? Peguei um livro e comecei a ler. Foi mais rápido do que pensei. Fechei os olhos e fiz uma oração.

"Pai, sei que a tarefa que me deu é difícil de conseguir, mas sei também que acredita em mim e por isso vou tentar ate conseguir. Por favor, daí me forcas pra fazer tua vontade e quando eu acordar que tudo seja como o senhor planejou. Papai, eu te amo. Obrigado pelo dom da vida e pela confiança que tem em mim. Que seja feita a sua vontade..."

Dormi, e antes que alguém pudesse perceber que eu estava sob o efeito de alguma droga, eu acordei. E aqui estou eu. Escrevendo.










Há muito tempo.